Briga de Torcida

Por Ezio Bonani – Colunista Convidado.
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Como estamos próximos dos animais, ou talvez distante demais. Pois se analisarmos muitas atitudes de seres que não possuem a racionalidade, transparece uma compaixão maior que a humana.
Tudo nos divide, as raças, as crenças, fronteiras e besteiras. Tudo nos preocupa, até mesmo o que devia nos distrair.
Até pouco tempo atrás, não perdia um jogo de futebol do meu time de coração, sofria com suas derrotas, me enchia de alegria com suas vitórias, isso me inebriava, era tão bom estar envolvido nisso, sem contar da felicidade de encontrar dos que compartilhavam da mesma paixão, zombarmos dos divergentes, principalmente quando o resultado nos era favorável, na situação oposta, me confortar na mesma bolha e encontrar desculpas para as más atuações em campo.
Sempre me esforcei para não deixar o fanatismo me atrair demais, por conseguir manter a distância segura, percebia que era um vício, se os outros eram alcoólatras, eu somente bebia socialmente. Ou pelo menos entendia que assim agia. E obviamente julgava os excessos, não entendia como pode existir um torcedor de torcida organizada. Como pode alguém ter esse vicio?
Fácil julgar o vicio alheio, porém difícil entender que essa é uma estrutura comportamental que existe em diferentes áreas. Impossível não citar o exemplo da política atual. Onde tudo o que origina do viés oposto de um indivíduo, simplesmente é totalmente errado. Então se voltarmos às quatro linhas, queremos uma vitória do futebol? Onde todos os times possam apresentar um bom espetáculo e o entretenimento trará a felicidade a todos, ou queremos somente que nosso time ganhe, mesmo que seja roubado, nos incomoda que o estádio de nosso amado clube tenha sido superfaturado, dinheiro desviado que poderia ser aplicado na educação e na saúde, ou nesse caso, um pequeno desvio é permitido?
Tudo traz consequências, quais são as consequências para a população, mas quais são para nós mesmos?
Se esse é um padrão talvez até patológico, onde isso se enquadra em nossa existência? Em qual parte de nossas vidas agimos como um fanático cego, onde a verdade não importa, mas sim a narrativa que nos deixa superficialmente feliz?

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