Clássico de ficção-científica volta aos catálogo da Editora Aleph
Traduzido direto da Polônia, os efeitos da SOLARIS é impressionante
Por Guilherme de Moraes Corrêa
É impressionante quando um livro é feito visualmente pensando em conceitos do acabamento de capa, ilustrações, todo um design criativo de acordo com a complexidade do conteúdo. É o que acontece com o SOLARIS de Stanislam Lem, escritor polonês que nos trouxe uma obra-prima em 1961 pela primeira vez.
O design criado por Pedro Inoue, que a Editora Aleph, já trabalha um tempo com ele, é realmente impressionante em vários aspectos, o futuro leitor vai sentir como se o livro fosse um oceano vivo que vai entrar dentro das mais sombrias memórias obscuras e reprimidas.
Kris Kelvin é o nosso psicólogo narrador da história criada por Lem, o que torna a coisas mais próximas de um relato quase verdadeiro, um diário de bordo muito perigoso, que não sabemos se devemos confiar ou não. A ideia é muito científica, muito específico, uma viagem psicodélica pela anatomia do oceano vivo que cobre o planeta SOLARIS.
O que vai causar no futuro leitor é o desconforto quando o nosso psicólogo mergulha nas enciclopédias, relatos e cálculos científicos deixados em uma misteriosa biblioteca em SOLARIS e as pistas do ex-professor Gibarian que sumiu misteriosamente.
O que parece muito sombrio nesse oceano vivo é que ele invade as memórias dos cientistas abordo, identificando um diagnóstico de um hóspede que deixam eles amedrontados. E não é diferente com o nosso narrador, ele acaba recebendo um ‘hóspede ela’, que a chama de ‘Harey’, de um passado sombrio que não terminou nada bem.
O narrador, Kelvin, sabe que a ‘Harey’, não é a mesma mulher que conheceu na Terra, ela não sabe que já está morta, que essa é bem diferente, não sabe nada, é como se nada tivesse acontecido e ela é parte do oceano, então ela não sabe muita coisa de si mesma.
A construção dessa trama é bem diferente dos livros de ficção-científica que, eu, Guilherme, conhece a linha editorial da Editora Aleph, acredito que é por ser tradução direta do polonês, deixou uma leitura diferenciada, o estrangeirismo é uma novidade para quem gosta de fugir um pouco da lista dos mais vendidos, pois este é o livro certo.
E para finalizar, ter a presença, o toque de SOLARIS em mãos e receber a visita de um hóspede, significa que o oceano vivo te contaminou da pior forma, ficará sem saída, descobra com seus próprios métodos, muita coisa vai mudar após a leitura deste livro.
Descubra em 14 capítulos angustiantes, claustrofóbicos, impressionantes e assustadores de Kris Kelvin e as nuances de um oceano belo e contaminado por métodos solarísticos, que o futuro leitor vai digerir ou não.
VEJA AS FOTOS dos efeitos da SOLARIS sobre minha pessoa (Cuidado, fui contaminado!):