O Amor no Divã.

Por Andréa Camisotti – Colunista

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Neste final de semana assisti um filme brasileiro (sim, gosto de filmes brasileiros, não sou o tipo “brasileira com síndrome americanizada”). Reverencio a cultura brasileira seja através dos filmes ou da música.

E adoro aqueles filmes brasileiros que se passam no Sertão. Muito melhor que o Texas.

Enfim, assisti um filme chamado “O Amor do Divã”, onde os personagens principais são Fernanda Paes Leme, Paulo Vilhena, Zezé Polessa e Daniel Dantas. É claro que o filme é clichê, como quase todo filme de romance. Mas apesar disso, não deixa de nos render boas gargalhadas e aos que não veem superficialmente tudo na vida, acaba com que façamos a seguinte análise: eu sou feliz dentro do meu relacionamento?

Na história, apesar de eles terminarem juntos (típico de filme de romance), o que vi foi que em que pese o relacionamento ser uma porcaria, quando acredita-se  que ama, acaba por se esgotar todas as tentativas, ainda que em decorrência desta escolha, seja necessário conviver com a infelicidade diária.

Um relacionamento baseado em críticas constantes, num descontentamento total. Críticas a profissão do outro, críticas a comida que o outro faz, críticas aos pais do outro, críticas a vida sexual, críticas ao outro de um modo geral, onde somente permanece a admiração da beleza externa. Ainda assim, persistem juntos porque acreditam que se amam e vivem em constante lembrança do passado vivido, onde foram felizes.

Quantas vezes passamos a vida tentando nos adequar a alguém que em nada se parece conosco ou adequar o outro no que queremos para nossa vida, mesmo que o que ele queira seja completamente diferente de nós?! É igual colocar um leão dentro de um aquário e dizer: – olha! Fique aí. Mesmo que desconfortável, todo torto, sem respirar direito, sem deixar que o leão seja efetivamente o que é.

Quantas vezes aguentamos calados diversas imposições do outro, apenas para não provocar mais discussões cansativas. Sim, porque a falta de paz, cansa!

Quantas vezes ao longo do caminho, deixamos de ter admiração. Passamos a ser até extremamente críticos com o outro e desprovidos de paciência.

O fato é que não sei quais motivos que muitas vezes insistimos em algo que no fundo, lá no fundo sabemos que não foi feito para dar certo.

Ao mesmo tempo, somos feitos de pura teimosia. Tentamos esgotar todas possibilidades e avisos. Avisamos 1. Avisamos 2. E assim seguimos, até que simplesmente chega uma hora que cansa avisar e aí que mora o perigo: a falta de aviso. E é na falta de aviso que nós espontaneamente, desistimos. E aí nos questionam: – você vai jogar fora todos esses anos por isso? E a resposta é: – não meu caro! Não é por isso. É por todos esses anos de avisos constantes. Uma hora o copo de água transborda, não?!

Talvez seja necessário enxergar os sinais e parar de querer ficar esperando a água transbordar.

Ou talvez seja necessário tentar até o último e poder dizer conscientemente: Eu tentei o máximo que pude. Infelizmente, não deu.

Por fim, quando se trata de relacionamento, os conselhos do outro não me servem. O que o outro pensa e vive também não me serve. O fato é que somente nós sabemos o que queremos para nós e quando deitamos a cabeça em nosso travesseiro,  somos os melhores conselheiros para nós mesmos.

Se você acredita que nada mudará e que aquele com quem está não é mais querido e essencial na sua vida, coloque um ponto final e abra-se ao mundo de possibilidades que existe fora disso que você vive.

Agora, se você acredita que existe a possibilidade de o relacionamento que você tem, se tornar o que você quer pra você, insista. Só não insista para sempre! Insistência demais acaba sendo burrice.

Normalmente, não sei se é porque sou Advogada, mas até para ter o que quero dentro de um relacionamento, ou para que eu tenha o relacionamento que desejo me dou prazos. Trabalho com prazos para tudo na vida, inclusive para isso. Se até tal data, tal coisa não acontecer/mudar/melhorar, é hora de colocar um fim. E meus prazos não são prorrogáveis. Afinal, não quero viver na insistência eterna da burrice.

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